domingo, 21 de abril de 2013

Momentos de ser só...


"Corro perigo
Como toda pessoa que vive
E a única coisa que me espera
É exatamente o inesperado..."
Clarice Lispector
"Sabe qual é meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia.
Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada(o). No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreender com as circunstâncias da vida.
Que me levaram a viver esse papel: o da mulher(homem) que quer mais um pouquinho. Constrange-me existir esse personagem Chico Buarque, dolorida(o), bonita(o), sendo assim, meio tonta(o), meio insistente, até meio chata(o). Nunca precisei aborrecer ninguém antes, então atuo por instinto, cansando-me facilmente. E que fique claro que não é por estar você dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o(a) porque desejo. Estúpida(o). Latina(o). Bethânia. Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude."
Fernanda Young



Eu  tive por quase um momento ... uma vida inteira
Seria compensador o sentir verdadeiro, único do amor
Quando de me ajudar quis a razão deixar esse momento fluir e subitamente escapar
Ai  o desespero de falar de amor,  e escutei impossibilidades calando minha boca
Castração presente nos piores momentos, logo estranhos concluíram que sou ingênuo e tosco.
Circunstâncias ferem , deixaram-me apanhar só , decidi então que sou saudade e solidão,
 sumária realidade de me proteger no silêncio de palavras caladas mas muito emocionadas ... sufoco que sobe do peito até a garganta e pede um grito sob pena de roubar o ar.
Virei alvo , objetivo de suplência de felicidade, mas e se não posso ofertar, por desconhecer se tenho, ai gero sofrimento pela recusa, viro então rapidamente pilar alvejado por armas do egoísmo, sustentação de castelos de areia de sonhos alheios mal projetados... não os meus... castelos de um Taj mahal invejado, docemente invejado... impossibilitado em qualquer cópia.
Haverá para quem gritar , se sussurros ou palavras já não bastam.
Se não espelho, não vejo olhos a me enxergar , passo vestido de azul onde as pessoas querem verde e de verde me percebem... mas eu estou de azul, azul infinito de minhas necessidades concretas e não essa esperança imediata que o verde sugere... verde que não amadurece.
Sou laçado na alheia perdição no súbito desejo, imediato e superficial . Se bastar nessa fugaz volúpia para que nesse suspiro aliado ao suor de algo que mal começa e já acaba em si , empírico e descartável , se perceba algo parecido com felicidade.
Quero um sorriso eterno a me esperar ...quero um abraço generoso a acolher além do corpo... essa alma peregrina .
Buscando amor me achei ... só... e só me percebo nesse momento... de uma vida inteira.
Paz, saúde e solidão.


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