domingo, 28 de fevereiro de 2021

Beco sem saída.

 


EU COMIGO AQUI E AGORA 

Amar o que eu sou,

Todo indivisível que constitui o ser

e o acontecer do meu corpo,

no espaço e no tempo...

Amar as coisas que eu estou fazendo

e o modo como eu as faço...

Amar as minhas limitações, como amo as minhas possibilidades... 

E nos meus acertos e erros, amar o projeto que vai se transformando em obra no trabalho da construção de mim mesmo.

Amar-me como eu estou aqui e agora, vivendo a vida simplesmente, naturalmente, com o ar que eu respiro, o chão que eu piso, as estrelas que eu sonho...

Às vezes gostar de mim é um desafio, uma prova de fogo que revela se eu realmente me amo, ou apenas finjo amar-me...

Gostar de mim na perda, quando a vida me fecha uma porta, sem nenhum aviso ou explicação...

Gostar de mim quando erro, quando fracasso, quando não dou conta, quando não faço bem feito 

e ainda encontro quem me critique ou zombe de mim por eu ter sido apenas o que sou: 

- limitado, vulnerável, imperfeito, humano.

Gostar de mim no fundo do poço, 

cabeça a mil, coração a zero, 

e ainda assim ser capaz de ouvir 

e respeitar as referências do meu próprio corpo como um amigo fiel, atento e carinhoso...

Eu me relaciono com as outras pessoas do mesmo modo como eu me relaciono comigo...

Se eu me amo, não sei te odiar...

Se eu me odeio, não sei te amar...

Se eu me desprezo, não sei te respeitar...

Se eu me respeito, não sei te desprezar...

Como eu te aceitar, se eu me rejeito?

Como eu te rejeitar, se eu me aceito?

Celebro no amor a mim mesmo o nascimento do amor pelo meu próximo!

( Texto adaptado)  Original de GERALDO EUSTÁQUIO DE SOUZA



Então me vejo nesse, literal, beco sem saída , por mais que tenha sido conduzido acabei por me permitir e inconsequentemente, na confiança, te segui . Quando acordei me vi sem poder, por não ter para onde, voltar ao mundo que tinha, ele já não existe mais e provavelmente nunca existiu. Sozinho vou curando tantas marcas, vou secando tantas lágrimas inconformado com a irresponsabilidade emocional a que fui submetido com a psicopatia que me acometeu. Não há um ponto em que tudo se perdeu, pois não havia efetivamente o que se perder exceto fragmentos de uma dúbia felicidade , bastava tua presença para me fazer feliz . Bastava te olhar dormindo , bastava te acordar com um café fresquinho , bastava rir de seu mal humor... bastava mesmo que nunca completava ...bastava. E só isso sei que foi verdadeiro, o que dei e quando calava, tantas vezes, era preservação .. era prolongar o folego para me desviar do sufoco que seria viver sem você. E largado no canto percebi que aprendi a respirar sim , aprendi a me levantar e a caminhar buscando um caminho que jamais levará a uma pessoa morta em minha esperança e sem nenhum sonho que me ligue as farsas que, involuntariamente, participei. Tudo poderia ser diferente? Creio que tinha de ser exatamente isso , pois os valores sempre foram corrompidos, tinha de ser esse amargo aprendizado, além da revolta frente a estupidez da cegueira dos prazeres momentâneos e equivocados, que nunca vão construir nada e que são os espinhos plantados em cova funda... cova essa que de mim recebeu a pá de cal. Logo feitas ,ou impostas, as escolhas, é  seguir esperando a colheita. Vida seguiu.

Paz, saúde e prosperidades.