quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Salada de fruta...


"A covardia coloca a questão: 'É seguro?'
O comodismo coloca a questão: 'É popular?'
A etiqueta coloca a questão: 'é elegante?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta."
Martin Luther King

"Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia - a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la -, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir.
 É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. [/b] Até agora achar-me era já ter uma ideia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A idéia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas e agora? estarei mais livre?
Não. Sei que ainda não estou sentindo livremente, que de novo penso porque tenho por objetivo achar - e que por segurança chamarei de achar o momento em que encontrar um meio de saída. Por que não tenho coragem de apenas achar um meio de entrada? Oh, sei que entrei, sim. Mas assustei-me porque não sei para onde dá essa entrada. E nunca antes eu me havia deixado levar, a menos que soubesse para o quê.
Ontem, no entanto, perdi durante horas e horas a minha montagem humana. Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. [b] Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. [/b]
Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? e no entanto não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? como é que se explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra como se antes eu tivesse sabido o que era! Por que é que ver é uma tal desorganização?
E uma desilusão. Mas desilusão de quê? se, sem ao menos sentir, eu mal devia estar tolerando minha organização apenas construída? Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. No entanto se deveria dizer
assim: ele está muito feliz porque finalmente foi desiludido. O que eu era antes não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a
esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que
for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade."

Clarice Linspector

IN A PAIXÃO SEGUNDO GH PÁG 12 E 13



Ao me ver parado em um caminho procurei por um lugar que tesouros tivessem em forma de algumas qualidades que sempre julguei necessárias para uma vida . Procurei pela compaixão, sentimento altruísta próprio de nobreza e sabedoria, raro... muito mais raro que o ouro , pois ele - o sentimento , compra coisas que nem todo o ouro do mundo compraria, além de ser um sentimento que costuma gerar muita gratidão ao longo dessa jornada chamada vida.

Procurei entender o que significa muitas vezes você momentaneamente se anular em busca de um crescimento alheio, até por que essa anulação visa o crescimento alheio e , provavelmente , de uma pessoa querida a nos , e saber que sendo o mundo redondo de alguma maneira todos iremos nós reencontrar , e nada mais gratificante do que receber um abraço estreito em que se caiba toda a consideração do mundo.
Mas há também a possibilidade de não existir esse reconhecimento, e apenas passarmos por tolos em querer ajudar alguém que não quer ser ajudado, ai cabe a muito agradável satisfação pessoal de ter feito o impossível em prol de ajudar alguém, e isso também não a dinheiro que compre... Dignidade de nunca mentir, iludir, omitir ou sacanear... a mas isso só pessoas dignas sabem o real significado ...nunca ter um dedo apontado para o nariz e escutar acusações vindas de uma culpa , deve ser péssimo. 
Muitas vezes temos ou somos para alguém uma espécie de tabua da salvação, somos um apoio para o recrescimento dessa pessoa, seremos então sempre lembrados ou lembraremos de alguém que fez a diferença, a total diferença entre ser um ilustre passageiro temporário ou uma mera ou amarga lembrança do passado ainda mais se por covardia simplesmente há a fuga sem devidas explicações ou tempo de ambientação... E nesse caso quando a humildade permite o arrependimento, meu Deus deve doer muito, souber que tudo se tinha, tudo estava ao alcance de um simples sorriso e que se perdeu por futilidades estúpidas... Seria um pleonasmo... Futilidades estúpidas? 

Enfim entre todos os sentimentos destacar o amor verdadeiro é ato sublime de incorrigíveis românticos, mas além de tudo somos parte de um todo chamado esperança e esse todo aliado ao sonho é a matéria que independente de tudo nós faz fortes e vivos... Apesar de tudo... Vivos.

Paz , saúde e bom apetite.

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