quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Se houver amanhã...que seja uma "loteria" com muitos PRÊMIOS.


E acabei de despertar para reafirmar  que falar é preciso , que escrever também é ...e que na ausência da possibilidade do verbalizar precisamos registrar de punho e pena  as emoções , não que elas não fossem bastante substânciais e por isso passem com o primeiro vento , é que elas podem ir como cópia com o primeiro vento...Mas com destino certo... e a original guardada no peito calado da insônia e da saudade de algo ou alguém cuja importância ainda  rouba o sono mas alimenta os sonhos .

Ser sempre o que de melhor se puder , ser no máximo o que as cisrcustâncias permitirem , ter em mente que tua máxima boa vontade foi vencida pela real e concreta impossibilidade da realidade... isso é ter paz irrevogável...Eterna... Afinal a vida só é uma loteria se desejarmos ganhar prêmios ... Quais? ...Decida você, mas saiba jogar!

Não se dobre a comentários maliciosos , não se permite envenenar por fatos inverossímeis e frutos de masturbações mentais (perdão!) ou de insólitas especulações... se dê um benefício ao se permitir  ao bálsamo da certeza que verdades não nascem prontas pelas mãos de terceiros... o que você tem na mão e como manuseia é que transforma pensamentos e opiniões em verdades... não tome pra si opiniões geradas por  "bem intencionados" (dizia Vovó que , nesse caso, o inferno está cheio deles.), nem tão pouco se permita ter em seu leito o gosto do que ficou por falar ,por escrever ... ou do viver...afinal temos uma certeza ... viver nesse exato momento ... se houver amanhã (parece e é título de livro , Sidney Sheldon.), ele pode carregar o amargor de uma impossibilidade infinita.

Fale... Grite... esperneie... só você pode manifestar tua essência , então o faça com o vigor de uma nova manhã repleta de orvalho ...fresca e promissora a se desfraldar em busca de um desejo maior..."HOJE SÓ QUERO QUE O DIA TERMINE BEM"... Simples assim.

(Vale o bis do recém postado vídeo)

Valeria a distância ou as impossibilidades  mas não e nunca a indiferença crescente , a ausência de um carinho e respeito que aproxima as pessoas( a surpresa de um café da manha ou da tarde  repleto de mimos.) pois de nada adiantaria a ingênua indiazinha (essência humana da esperança e boa fé) correr ofegante se a liberdade não a conduzir para a felicidade da proteção de um verdadeiro amor... 

A leitura dessa próxima poesia , sinceramente , me emocionou  , já que o ser humano  é sua emoção realizada na realidade muitas vezes contrária ao seu sincero  desejo inicial , e talvez por eu não ser perfeito consiga entender o que é querer acertar em nome de algo infinitamente maior do que estar certo ou errado ... o amor.

Antes da poesia reflita com esse vídeo é um exercício interessante... muito interessante mesmo!

"Rifa-se um coração 

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional 
que abre sorrisos tão largos que quase dá 
pra engolir as orelhas, mas que 
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, 
se recusa a envelhecer" 
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta."
Clarice Lispector


Paz , saúde e PRÊMIOS.

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