segunda-feira, 8 de março de 2021

Persistência ...

 


"Uma Questão de Escolha

O coração anda no compasso que pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples. O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono. A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo. A mãe sabe disso. O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos. O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções. São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las.
Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões. Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples...
Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você. É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio.
Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar.
Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer.
É simples... "

Padre Fábio de Melo




 Persiste não a saudade de alguém , que nem existiu , persiste a saudade da projeção de alguém que por mais complexa se revele simples ... Simples no olhar , no beijo , no desejo ... Desejo de felicidade de corpo e alma , que se contenha , que use só a justa imagem do bem , que faça os dias valerem a pena , que surja a noite sem aviso , que acorde com um sorriso ... que seja o que poderia ter sido , mas preferiu não ser.


As lacrimejadas retinas mascaram as sensações como quem nega as próprias vontades por suma necessidade existencial .  Repentinamente avistando a vida de fora, vez ou outra estarrecemos por precisar partir, por precisar explicar o que não conseguimos entender e nem aceitar pois o que nós forçam a aceitar como verdade se verdade fosse, só que não ... covardes atitudes manipuladas pelo egoísmo de uma imediata e duvidosa serventia a propósitos de uma amoral normalidade que se precisa disfarçar  Mas  será e  é o ensino sem didática que não poupa ninguém mais tem o poder de libertar das negativas ilusões futuras.Minha cabeça gira ao prestar atenção no tanto que se vê. Liquidamos as infinitas esperas em pedaços minúsculos  de esperança que só fazem o tempo esgotar rapidamente. Triste sina de aguardar o amor  sempre  atrasado, o ensaio sem prévio roteiro. Por mais que seja difícil, em algum momento será preciso sair da existência fadada de eminência de ser quem se é para compreender as anulações e perdições de querer continuar sendo o que não se escolheu ser, nunca escolhemos previamente o errado, apostamos só no aparentemente certo. Mudamos as lentes até ofuscar em cegueira, para configurar uma visão para as novas minúsculas brechas e emancipar sofregamente  novas tentativas. Desistir de um amor é paliativo, doloroso e frio, mas felizmente eficiente em determinadas e temidas ocasiões. Novos e mesmos sofrimentos, pois... ou encerrar no peito a fria realidade de um engano eminente... mais um.A alegoria que a saudade encena me parece ser a transcendência de um plano que nunca será real, ilusório e lúdico. Querer alguém perto e não poder viver sua presença atravessa o peito como um estilhaço  que fuzila qualquer intenção de felicidade... e sempre isso faz acontecer , isso sempre se tornando realidade , anestesiando os desejos e sonhos A dor da falta é , quando muito, amenizada com a lembrança – que tantas vezes parece apenas soprar o ferimento latente da ausência. A ilusão da inconstância de carinhos de um corpo conhecido e de uma voz que traz paz, de um beijo que embriaga e de um sorriso que deliberadamente engana. Ainda que bagunce a certeza do não mais querer , e bagunça de fato toda a normalidade que antes existia, não perde o sentido de ser simplesmente pelo fato de reconfigurar o ser nesse novo sentido. Joguete de vocábulos incrédulos pela capacidade que certas pessoas têm de contornar  e camuflar nossos abismos e fazer morada nos interstícios mais encabulados da nossa existência... e tomando posse esquecem do óbvio...cuidar... ai mais uma vez partem sem prévio aviso , sem consentimento sem a menor cerimonia colocando nossa alma , nossos sentimentos e desejos mais uma vez da dilacerante  realidade e a indignação violenta faz do torpor uma necessidade ... dormir e não querer acordar.Enfim, ao servir o café pela manhã das noites insones , insisto na temperatura mais alta. Torço, ao sair, pelo vento forte e pelo sol que marca. Nunca fui de meias medidas. Extremo ao falar e viver cada sentimento, não sei ser diferente, não sei disfarçar para agradar, sei e pratico o exagero , sei o que sempre aviso e que se cumpre, sei que regras devem ser mantidas , sei que palavra dada é palavra empenhada em realizações  Não gosto de iniciar se não for de cabeça, de corpo e de vida... me jogar. Toda a entrega, para ser real, é preciso que parta de dentro, é preciso se comprometer. Quando as entranhas acusam qualquer indício de interferência, recomendo que ouçamos e nos permitamos. Sempre escolho chegar, pois sei que suporto, se assim tiver que ser, a dor da partida, mas nunca aprenderei a suportar a dor da parcela e da espera duvidosa. Pode chegar, mas peço que mostre sempre a que veio. A rejeição nunca doerá tanto quanto a falta da verdadeira empatia pela abstinência de filtros universais de bom senso , de dignidade e acima de tudo de um verdadeiro amor.Paz, saúde

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