domingo, 12 de junho de 2011

Dias dos namorados... dia?


"Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”

Friedrich Nietzsche




Um texto anônimo encontrado na net serviu de partida para a construção da carta abaixo.

Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca mais estão ou estarão , daí deixo o mar bravo e o céu tranqüilo, nisso quero solidão... lhe entrego a solidão... outro caminho melhor nesse momento não há !
Pois o meu caminho hoje é sem marcos nem paisagens... poucos retratos antigos.
E como o reconheces? Me perguntarão... sempre o fazem... interesses superficiais.
-Se o reconheço, creia, é por não ter palavras, por não ter vivas imagens... Um único farol a me guiar... teu sorriso , flor amarela ausente em me orientar .
Nenhum inimigo e nenhum irmão... apenas triste ilusão... profunda solidão.
Que procuras? -Tudo que me faltou .

Que desejas? -Nada do que tenho .

E enfim o que esperas ? -Boa ilusão resquícios de , mútuo , bem querer.
Viajo sozinho com o meu coração... minha alma sempre a frente...se perde...tanto de perdeu... tanto se iludiu , quimeras de um presente razoável ...mas em confetes já de festas passadas que sem cor habitam meus pensamentos.
Por verdade eu não ando perdido,mas desencontrado do que tentei criar e não vi acontecer...mau plantei... colhi frutos diversos ... sementes alheias ... distração colaborou... maldade germinou.
Levo o meu rumo na minha mão...acena para o passado e ao infinito ...

Maior o poder que é a pena de escrever...e pouco dizer,quase nada se entender e pior palavras escutar dos outros ao vento... exclusivamente palavras ao vento . Comprovado semeaduras ofertadas mas depositadas em bancos de areia...nem todas por sorte alcançadas pelas ondas...na maioria perdidas no profundo mar ... mais escuro que essa noite sem o brilho de teu olhar... sem o afagar de teu corpo roçado ao meu...memória única de se ter vivido mas prefiro a memória voar da minha fronte... cessão as fisionomias que outrora indicavam humor e felicidade , mas ainda melhor, mister até é cessar as cobranças , tantas ...e restringir sonhos... nessa única certeza , livre certeza , que só você me traz e ainda assim voou meu amor em minha imaginação...que me trai e te traz repetida em saudades... hoje frias... frio da impossibilidade... gélido distanciamento.
Talvez eu morra antes do horizonte... nesse que outrora você estaria... estaria?
Memória, amor e o resto, onde estará? De certo nesse mundo ... mas em outra dimensão ... tempo espaço deslocado... ridiculamente deslocado das nossas necessidades e anseios ... por tal ,deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra... entre o saudoso primeiro beijo e o abraço do até breve... mais ainda beijo-te, o sonho meu, todo desilusão! Estandarte triste de uma estranha guerra...Lutei em campos solenes , inimigos as vezes honrados ,muitos mercenários da alegria alheia , mesmo em final mentecapto obtive bons sentimentos como medalhas , mas de tantas falsas medalhas acabei por sangrar meu peito , hoje inerte em busca de bandagens de bondade e boa vontade ... difíceis bandagens ... necessárias bandagens... curativas bandagens ainda ocultas na incerteza de um futuro bom.

Quero diferente solidão... te entrego a comum solidão , seja esse meu maior legado a você ...hoje... cuida de minha solidão... a ordinária solidão... pois na essencial solidão repousa nosso amor ... seguro ... sereno e eterno.

Paz , saúde e "anos de namorados".

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