sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Projeções, furos nos cascos...


Até que ponto eu vejo o outro como outra pessoa com liberdade de ser quem ele é, até que ponto perco a objetividade e o respeito para que veja nessa pessoa um espelho de mim, ate que ponto ela “presta” ou não apenas por ser realmente diferente de mim ?

Todos nós tendemos a projetar coisas de nossas almas sobre as outras pessoas, em maior ou menor grau, e em alguns momentos críticos e específicos, esperamos, portanto pacotes prontos que dificilmente existirão... dificilmente...alma gêmea é um lúgubre e fatalista conceito do amor próprio , já que a expectativa é um pacote mágico e pronto... Pronto? Mas como pode ser o amor, como pode ser um próximo ser humano pronto ao que aspiramos só em acertos, mas e os erros...sem erros? Seria um ser humano perfeito? Mas...existe? Essa resposta quem a deve ter são as personagens : Alice (Lewis Carroll) ou a Sininho do Peter Pan (J. M. Barrie) .


Convém, portanto em momentos de dualidade - que é neste exato momento, você avaliar melhor se aquilo que você tanto critica ou elogia em seu próximo está realmente no outro ou se é algo seu que se encontra super projetado por si própria.

Uma janela mal lavada que cria um falso espelho... turvando qualquer possibilidade de se ter uma imagem nítida .

 Este pode ser um maravilhoso e único momento de complementaridade, em que surgiu um alguém especial com as reais peças que faltavam para você montar aquela bela paisagem disposta num quebra-cabeça (Puzzle) e que há tempos estava empoeirado em cima de seu “guarda-roupa” onde se mantém as vestes da mesmice; mas pode também ser um momento de forte e necessário confronto e se as peças não “querem” encaixar da maneira que você “ordena”? E é muito provavelmente nesse momento em que dolorosamente esse alguém lhe enfiará o dedo naquela superficialmente protegida, e assim disfarçada, ferida há muito aberta e mal cicratizada, não para ainda mais dilacerar e machucar, mas para higienizar e assim acelerar o processo de recuperação definitiva; mas eis que então numa injusta e infantil revolta com essa pessoa você em seus “achismos” acredita piamente que ela passa a não "ser exatamente o que se procurava”, ora, qualquer confronto ou ajuste se faz necessário quando se pretende crescer, faz parte do processo parar e analisar o rumo dos fatos, avaliando e incrementando crescimentos, criando possíveis zonas de conforto no presente e necessárias no futuro. 
Saber de nossas próprias limitações já é meio caminho andado , se em profunda, justa e humanitária reflexão se entende que realmente tudo literalmente e irreversívelmente se esgotou temos a “permissão” para “abandonar o navio”...mas quem mesmo furou o casco?

Cuidado para não se tornar especialista em “furar cascos de navios” ou corre o risco de nunca chegar a lugar nenhum, e nesse caso aumente o guarda roupas das mesmices , você vai precisar.



Paz , saúde e higienizações. 

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