A companhia que cala ... a ausência que grita...

E assim sinto o vento de uma liberdade controversa a correr em meu rosto... a esfriar minha alma .

Lugares que não passaria sozinho , mas que em asas do amor me vi pairar, feito brisa que passa.

Gostos redescobertos de pura magia e que em fel amargo a impossibilidade transformou ...alquimista do descaso e da desilusão.

Não quero viver de uma saudade , quero sonhar dessa e por essa saudade , quero ainda ter a humanidade de correr em minha face tantas lágrimas quantas forem necessárias para assegurar a importância do que se vai ... do que não se soube ficar...do que escorrendo pelos dedos permite a mão vazia do asceno no adeus.

Do sorriso que mundos moveu , do olhar que mundos criou ... de quantos caminhos esse mundo teve em cada passeio , em cada admiração das mãos dadas, em cada orgulho da importância que tua presença me revelava ... um Rei... um plebeu ... um atrevido sonhador... um mendigo dessa riqueza que é tua minha  felicidade estampada em risos desprovidos de conceitual tempo ... apenas se ria ...de viver...de sonhar...de querer... e de te querer quase morri louco pela saudade .

"A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança."
Augusto dos Anjos

Se soubesses o quanto te quero não farias bolhas de sabão ao vento... não permitiria a ilusão de desconhecer verdadeiras razões ..insanas...mas razões ...de um mentecapto e tantas quantas nele houver... sendo ele fruto direto da paixão maior .... espere por divagações honestas para pedir sua eterna presença ...mas nunca terás de mim ou para nós fugas apoiadas em  idiossincrasias  idiotas o bastante para tentarem , inutilmente, serem certas demais... e saberem de mim ...de você.. de nós ..o que nem nossos espelhos tem.

Simples assim...em um momento ... em  um minuto...

VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera – 
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

Paz , saúde e vida.