quinta-feira, 11 de março de 2010

Tempo pra amar...


AFINIDADE 

"A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,

delicado e penetrante dos sentimentos. 
O mais independente. 

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida. 

É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro. 

Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois
que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples
e claro diante de alguém com quem você tem afinidade. 

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos
fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavra.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. 

Afinidade é sentir com.
Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios. 

Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar.
Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar. 

Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar. 

Só entra em relação rica e saudável com o outro,
quem aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,
não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.
E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso.
Isso é afinidade.
Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita
o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona.
Questionamento de afins, eis a (in)fluência.
Questionamento de não afins, eis a guerra. 

A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele.
Independente dele. A quilômetros de distância.
Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar,
por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.
Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos,
veremos ou falaremos. 

Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem
para buscar sintomas com pessoas distantes,
com amigos a quem não vemos, com amores latentes,
com irmãos do não vivido? 

A afinidade é singular, discreta e independente,
porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu
o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação
exatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas
nem pelas pessoas que as tem. 

Por prescindir do tempo e ser a ele superior,
a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades
ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente.
Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós,
para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes. 
Sensível é a afinidade.
É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau,
porque o que define a afinidade é a sua existência também depois. 

Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois
encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir
restituir o clima afetivo de antes,
é alguém com quem a afinidade foi temporária.
E afinidade real não é temporária. É supratemporal.
Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,
ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.
A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.
A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas,
plantios de resultado diverso. 

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças,
é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quantos das impossibilidades vividas. 

Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,
sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,
a expressão do outro sob a forma ampliada e
refletida do eu individual aprimorado."

Arthur da Távola

Não posso dividir o tempo , curto tempo , dos muitos sentimentos que percebemos num estalo , algo totalmente surreal , algo fortemente utópico , algo que carrega em si imensa dose de esperanças... e de surpresas , como se pode gostar tanto assim em tão pouco tempo , quase nada diante da dimensão do termo da vida?

Talvez por que o amor , esse louco querer viva rindo de convenções meramente humanas , dessas razões demagógicas que o tentam , em vão , barrar . Apenas se ama , apenas se quer ou se deseja , assim mesmo sem tempo passado , sem "pedigree", para amar precisa-se conhecer muito antes? O que dizer de tantas relações que terminam apesar de longo tempo de amor? Não ...amar se basta em tempo exato , o tempo de sua criação , o tempo em que respiramos todos os ais e suspiros vindos dessa mágica sensação reparadora onde abrimos o peito ao novo , ao inesperado porém muito esperado . Sempre haverá fagulhas tentando ferir o amor , o verdadeiro , esse que se renova a todo momento , há o medo covarde de viver o que não se pode explicar... explique então as estrelas, explique os rios intensos que vivem em movimento , explique o ar... dá?

Ver você é sempre o momento da criação desse amor , posso admirar você, tua beleza , charme e sedução , posso respeitar tua dignidade , teu caréter , mas acima de tudo ao ver você a entrega é imediata , quero então parar o tempo para proclamar ...sim amo ...sim desejo... a mulher ...não pelos títulos acadêmicos ou posições sociais, eu respeito e tenho muito orgulho de tua saga ...mas amar ...amo mesmo é a mulher... assim ... simples assim e a doutora que o é só por cuidar, como nenhuma antes,  de meus feridos sonhos, dessa machucada alma,imediatamente assim...sempre... minha maior senão única pressa e criar e recriar esse amor... desse mal "doutora" , desse mal de amar assim , por favor , não me cure nunca... pois se valendo do ditado de que : " De médico e doido todos temos um pouco " prefiro  ser o meu "pouco"  muita loucura assim de nunca saber explicar por que amo...simples assim.

Paz , saúde e "loucuras".

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