
O SILÊNCIO COMO NEGAÇÃO DA PALAVRA
O Silêncio ocupa um imenso espaço, ou melhor, estabelece uma grande distância entre pessoas. Verdadeiro abismo. É uma forma de dizer não, sem a pronúncia de uma única sílaba. É um recado forte: te ignoro. Você não existe, pelo menos por este período... Você é decepção! Quase um fracasso! Capaz de romper com todas as expectativas. Você abre uma fissura na rocha. Desafia a natureza das coisas. Dos fatos. Das relações.
O silêncio longe está de ser mudez. É uma linguagem capaz de comunicar mais do que mil palavras poderiam. É uma forma de conceituar o objeto da desatenção.
Não deixa de ser, o silêncio, em determinadas circunstâncias, um recado bastante explícito sem o risco ou necessidade da fala. Traz consigo a carga emotiva do significado das palavras não dita. O silêncio está cheio de emoção, às vezes tem alguma razão, outras vezes é apenas um equívoco.
O silêncio permite ao objeto da negação auto-avaliação, na base das conjecturas, muitas das quais subjetivas, a partir da própria interpretação, sem a interlocução.
O silêncio não dá chance de ouvir e ser ouvido.
O silêncio é a crítica. É junção. É eco do passado conjugado na mudez.
O silêncio é um solo de flauta no sepultamento de um sonho. É a atração de um olhar no crepúsculo da esperança.
O silêncio é o “nada” fazendo um discurso.
O silêncio é o desespero personificado na ausência.
O silêncio é a dor que provoca a dor no estranhamento de uma realidade alheia.
O silêncio é a música sem som.
O silêncio é a leitura da ausência.
È o amor sem esperança, ou, a contradição do amor?
O único silêncio bom é aquele cúmplice, aquele que nunca constrange , aquele que se vive após fazer amor ...ou apenas passear de maõs dadas numa praça, em frente a um café...
Sorte e sáude .
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